O ano de 1996 foi bom para os rubro-negros. Com um ótimo elenco, o Furacão terminou o campeonato estadual com cerca de treze pontos a mais do que o segundo colocado e só não levou a taça por conta de um esdrúxulo regulamento. Também fez ótima campanha no nacional, chegando às oitavas-de-final da competição.
   
O jogo prometia muito. A baixada estava quase lotada. O Atlético estava com o Coritiba “entalado na garganta” já que pelo Paranaense daquele ano o rival conquistou o primeiro turno das finais com um milagroso zero a zero em plena Baixada!
   
O Furacão tinha o ídolo Oséas no ataque, mas Paulo Rink cumpria suspensão e não jogou, para sorte dos coxas. O clima era de rivalidade. As torcidas estavam animadíssimas e o clássico começou quente! O árbitro entrou disposto para punir qualquer indisciplina. Não foi por acaso que o jogo teve sete expulsões!    
    
Os Poloneses Nowak e Piekarski fizeram história no Furacão

O Atlético começou a partida sufocando Coritiba. Aos 15 minutos, o Técnico Evaristo de Macedo foi expulso por reclamação, já que o Coritiba batia muito. Embú cometeu falta violentíssima no Polonês Nowak. No lance, ambos foram expulsos, o que gerou muita discussão e paralisou o jogo por mais de três minutos. A bola não chegava em Oséas, que estava muito marcado e quase não produzia. O Atlético seguiu pressionando e carimbou a trave do largo goleiro Anselmo por duas vezes: Numa cabeçada de Reginaldo e em chute de Luis Carlos. A primeira etapa foi acirrada, mas terminou sem gols.
       
O segundo tempo continuou pauleira. Piekarski marcou o gol atleticano, mas o árbitro da partida anulou o tento. Piekarski levou cartão amarelo no lance, sendo expulso logo depois. O coxa já se preocupava em segurar o jogo. Aos 31 minutos, Jorge Antõnio demorou demais para cobrar um lateral para o Coritiba e foi expulso. Ivan, goleiro reserva do Atlético, reclamou do lance e também levou vermelho. A partida encaminhava-se para mais um zero a zero na Baixada. A torcida do Coritiba já começava a festejar outro empate no Caldeirão do Diabo. Muitos torcedores rubro-negros já se encaminhavam para os portões da Buenos Aires, pois o jogo estava no fim. Os coxas cantavam qualquer coisa quando o lance decisivo aconteceu: Jogada rápida e a bola chega aos pés de Luis Carlos, que tocou para Oséas. Num dos raros momentos em que teve liberdade, o “Gullit da Baixada” dominou rapidamente a bola e tocou na saída do goleiro Anselmo.
      
Gol de Oséas aos 48 minutos da etapa final

Lembro que eu estava exatamente atrás do gol e tentei me segurar no alambrado para ver o lance quando o policial que ali estava disse: “NO ALAMBRADO, NÃO!”. Naquele momento, dei um passo para trás e observei o chute de Oséas: Por um momento, a impressão era de que a bola corria, mas não chegava em lugar algum! Mas ao vê-la balançando o fundo das redes, vibrei como um louco. Lembro que o policial que havia me advertido segundos atrás simplesmente desapareceu no meio do povão. Que festa! Oséas escalou todo o alambrado. Alex Lopes também escalou, mas para alertar o camisa nove sobre um possível cartão. Mas quem queria saber de cartão? O Atlético acabava de ganhar o jogo. Certamente, aquele foi um dos últimos atletibas de verdade!


FICHA TÉCNICA:

ATLÉTICO: Ricardo Pinto; Alberto, Reginaldo, Jorge Luiz e Branco (Jóbson); Alex Lopes, Jean Carlo (Jorginho), Pierkaski e Nowak; Oséas e Luiz Carlos. Técnico: Evaristo de Macedo.

CORITIBA: Anselmo; Fábio Luiz, Luis Eduardo e Maurício Copertino; Paulo Sérgio, Embú, Alberto (Auri), Edu Marangon e Jorge Antônio; Sandro Gaúcho (Basílio) e Pachequinho (Dirceu). Técnico: Pepe.

LOCAL: Estádio Joaquim Americo, Curitiba.

PÚBLICO: 16.816 pessoas.

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